(Reuters) – A Suzano viu o lucro líquido disparar no primeiro trimestre, catapultado por ganhos com operações com derivativos que tiveram um resultado positivo de mais de 6 bilhões de reais, segundo balanço publicado nesta quarta-feira.

A companhia, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, teve lucro líquido de 10,3 bilhões de reais entre janeiro e março, apesar do volume vendido do produto ter caído ante mesmo período do ano passado.

O desempenho operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado do período, de 5,12 bilhões de reais, foi 5% maior que o de um ano antes, mas marcou uma queda de 19% na comparação com os três últimos meses de 2021.

Analistas, em média, esperavam que a Suzano divulgasse Ebitda de 5,4 bilhões de reais para o primeiro trimestre.

A Suzano afirmou que o resultado financeiro do primeiro trimestre foi positivo em 12,9 bilhões de reais, revertendo desempenho negativo de 8,7 bilhões de reais um ano antes e melhor que os 2,6 bilhões negativos registrados no quarto trimestre.

Isso ocorreu diante da valorização de 15% do real ante o dólar marcada no final do trimestre, afirmou a Suzano, ressaltando que “o impacto da valorização do real sobre a carteira de derivativos só terá efeito caixa nos respectivos vencimentos”.

Além do balanço, a Suzano anunciou um programa de recompra de ações, envolvendo até 20 milhões de papéis ordinários, ou 2,8% das ações em circulação da empresa.

O programa foi anunciado em um momento em que a empresa promove um bilionário programa de investimento em aumento de capacidade de produção de celulose no Mato Grosso do Sul e ao mesmo tempo em que faz desembolsos para expansão de áreas florestais.

Apesar disso, o nível de endividamento da empresa, medido pela relação dívida líquida sobre Ebitda ajustado terminou março em 2,1 vezes, abaixo das 2,5 vezes do final de 2021 e das 3,9 vezes do primeiro trimestre do ano passado, quando medido em reais. Em dólares, a alavancagem ao final de março foi de 2,4 vezes, estável ante o fim de 2021 e abaixo das 3,8 vezes de um ano antes.

Embora venha registrando mercados demandantes por celulose e aplicado elevações sucessivas nos preços do produto nos últimos meses, a Suzano vendeu no primeiro trimestre 2,4 milhões de toneladas da matéria-prima do papel, quedas de 13% sobre o fim do ano passado e de 10% ante o primeiro trimestre de 2021.

A companhia afirmou que isso ocorreu devido a paradas para manutenção de fábricas no trimestre e baixo nível de estoques.

O resultado da Suzano foi divulgado dois dias depois que a rival Klabin publicou balanço do primeiro trimestre, que mostrou alta de 35% no Ebitda sobre um ano antes, apesar de queda de 14% no volume de celulose vendida, embora a empresa tenha incrementado a venda de papéis em 20%.

O custo caixa de produção de celulose da Suzano no trimestre disparou 39% sobre os três primeiros meses do ano passado, para 868 reais por tonelada, excluindo o efeito das paradas de manutenção. Incluindo as paralisações na conta, o custo caixa de celulose da Suzano no período foi de 957 reais, aumento de 54% sobre um ano antes, impactado por alta no custo de produtos químicos, afirmou a empresa no balanço.

No balanço da Klabin, o custo caixa de produção de celulose foi de 1.291 reais por tonelada, alta anual de 66%, excluindo efeitos de paradas de manutenção.

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