O cobre despencou abaixo de US$ 9.000 por tonelada pela primeira vez desde outubro e outros metais caíram devido às crescentes preocupações com demanda global fraca.

Frequentemente visto como um barômetro da economia mundial, o cobre já perdeu 15% em relação ao recorde estabelecido em março, à medida que o foco dos investidores muda de preocupações com oferta limitada para consumo mais fraco.

Crescem os temores de que o aperto monetário nos EUA, economias europeias instáveis e as medidas rigorosas de Covid-19 na China, principal consumidor de metais, prejudicarão a demanda.

O cobre caiu até 4,3% para menos de US$ 9.000 por tonelada na London Metal Exchange na quinta-feira. Outros metais também caíram, com o estanho perdendo mais de 10%, a maior queda em dois meses.

“As commodities agora estão ‘correndo atrás’ da queda de ações de quarta-feira na sessão de quinta-feira, com outras variáveis ajudando na queda também”, disse Ed Meir, analista da ED&F Man Capital Markets. “Os gráficos de todos os seis metais parecem quebrados, sem nenhuma tendência de alta remanescente em nenhum deles.”

A inflação elevada nos EUA reforça o argumento de um aperto agressivo do Federal Reserve para conter as pressões de preços, o que aumenta as preocupações com uma possível recessão. As autoridades adotam um tom cada vez mais hawkish, o que abalou os ativos de risco em todos os mercados.

Na China, o primeiro-ministro Li Keqiang incitou autoridades a usarem políticas fiscais e monetárias para estabilizar o emprego e a economia, enquanto o país luta contra seu pior surto de Covid em mais de dois anos e uma crise de dívida em seu setor imobiliário. Enquanto isso, na Europa, crescem as preocupações sobre interrupções ao fornecimento de gás russo, o que pode prejudicar ainda mais as economias industrializadas do continente.

“Tantas coisas ruins estão se acumulando”, disse Tom Price, chefe de estratégia de commodities da Liberum Capital. “A economia da China já sofria no início do ano e depois foi atingida pela Covid.”

A desaceleração da demanda também levou os estoques de cobre a se recuperarem dos níveis perigosamente baixos alcançados em março. Os estoques da LME subiram para o maior nível desde outubro na quinta-feira, em meio a entradas em armazéns na Europa e na Ásia.

Fonte: bloomberg.com

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